Por Marco Leite
Conheci a pescaria cedo, por intermédio de um pescador, o Seu Clemente, que morava na General Propício quase chegando ao rio. A casa do Seu Clemente era um barraco onde ele morava com a família, e, volta e meia, a enchente do rio invadia sua casa. Seu Clemente era amigo de nossa família, especialmente de meu pai, que era companheiro de trago do Bolicho do Seu Dário, muito conhecido na ilha do Marduque.
Pois foi com o meu pai e Seu Clemente que comecei minhas aventuras nas margens do Uruguai. Por lá conheci a Ilha da Caixa D’água, a Ilha das Três Cruzes, o Paredão, o Redemoinho da ponte – que era um grande monte de cimento armado, sobras da construção da ponte -, o Cacaréu, a Ilha Argentina e o Itapitocaí.
Esses lugares mágicos fizeram parte de minha vida durante 14 anos. Muito cedo, ainda bem menino, comecei a me aventurar sozinho nas pescarias ou em companhia do meu grande amigo Balalo, aquele mesmo, que depois jogou no Internacional.
Lembro que cada lugar dava um tipo de peixe na Ilha da Caixa D’água e o paredão era local da pesca de dourado e piava, pegávamos peixes grandes no caniço, com a água pelos joelhos. Na Ilha das Três Cruzes, lugar assim denominado por causa de uma tragédia com três irmãos que morreram por lá. A água era suja e barrenta, então pegávamos muito pintado, pacú, mandinho e jundiá, todos peixes de couro. Esse lugar era muito perigoso e profundo e é onde atracavam as chatas, embarcações que carregavam a areia extraída do Uruguai.
No redemoinho íamos pescar com a Barca dos Fuzileiros Navais, que fazia a patrulha do rio Uruguai, mas nessa pescaria só podíamos ir nos finais de semana, pois era quando meu pai, seu Vilmar, fazia o plantão na patrulha. O local ficava bem no meio do rio e era o lugar onde pescávamos de linha e pegávamos os peixes bem grandes, como: surubi, dourados (gigantescos) e piavas graúdas.
Conheci a pescaria cedo, por intermédio de um pescador, o Seu Clemente, que morava na General Propício quase chegando ao rio. A casa do Seu Clemente era um barraco onde ele morava com a família, e, volta e meia, a enchente do rio invadia sua casa. Seu Clemente era amigo de nossa família, especialmente de meu pai, que era companheiro de trago do Bolicho do Seu Dário, muito conhecido na ilha do Marduque.
Pois foi com o meu pai e Seu Clemente que comecei minhas aventuras nas margens do Uruguai. Por lá conheci a Ilha da Caixa D’água, a Ilha das Três Cruzes, o Paredão, o Redemoinho da ponte – que era um grande monte de cimento armado, sobras da construção da ponte -, o Cacaréu, a Ilha Argentina e o Itapitocaí.
Esses lugares mágicos fizeram parte de minha vida durante 14 anos. Muito cedo, ainda bem menino, comecei a me aventurar sozinho nas pescarias ou em companhia do meu grande amigo Balalo, aquele mesmo, que depois jogou no Internacional.
Lembro que cada lugar dava um tipo de peixe na Ilha da Caixa D’água e o paredão era local da pesca de dourado e piava, pegávamos peixes grandes no caniço, com a água pelos joelhos. Na Ilha das Três Cruzes, lugar assim denominado por causa de uma tragédia com três irmãos que morreram por lá. A água era suja e barrenta, então pegávamos muito pintado, pacú, mandinho e jundiá, todos peixes de couro. Esse lugar era muito perigoso e profundo e é onde atracavam as chatas, embarcações que carregavam a areia extraída do Uruguai.
No redemoinho íamos pescar com a Barca dos Fuzileiros Navais, que fazia a patrulha do rio Uruguai, mas nessa pescaria só podíamos ir nos finais de semana, pois era quando meu pai, seu Vilmar, fazia o plantão na patrulha. O local ficava bem no meio do rio e era o lugar onde pescávamos de linha e pegávamos os peixes bem grandes, como: surubi, dourados (gigantescos) e piavas graúdas.
Eram raros esses momentos e foi lá que vi o maior dourado de minha vida. Ele estava na chalana do Seu Clemente, era imenso, não sei precisar quantos quilos tinha, mas para ser tirado da lancha teve que ser carregado por dois.
Ao Cacaréu e à ilha Argentina ou ilha das Cobras fui muito pouco, mas fui. O Cacaréu ficava nos fundos dos Fuzileiros e eu ia passar os fins de semana, para pescar e caçar preás de funda. Por lá, os tipos de peixes eram o dourado e a piava pois era lugar de correnteza muito forte. Na ilha das Cobras o pai não nos levava muito, pois como tinham muitas cobras era perigoso.
O lugar mais mágico de todos sem dúvida nenhuma era o Itapitocaí, afluente do Uruguai cujo nome do vem do Guarani e quer dizer rio das pedras pequenas. Lembro que quando íamos para lá era uma festa familiar, a mãe e minhas irmãs preparavam lanches, água e sucos para passarmos o domingo. O Itapitocaí lembrava muito uma sanga, e com a mata muito fechada nós andávamos quilômetros para achar os melhores locais de pescaria. Por lá também pegávamos dourado e piava.
Durante muito tempo garanti o peixe da semana lá em casa, sempre que vinha do Uruguai. Lembro de passar a comprar peixe só quando vim para Canoas, pois até então o peixe consumido pela minha família era pescado por mim ou pelo meu irmão Ubirajara.
Mas nem sempre era fartura, pois tinham as palometas. Peixe muito comum nas barragens e rios da região, a palometa é uma prima da piranha. Talvez tão feroz quanto ela, esse bichinho era brabo, quando resolvia atrapalhar uma pescaria era melhor desistir pois só vinha isso no caniço. Dizem que hoje elas tomaram conta do Uruguai, pois com a quase extinção do dourado, seu maior predador, elas estão cada vez mais dominantes na região. Ouvi falar de iniciativas para conter o avanço das mesmas, mas parece que não têm surtido efeito.
Quando estive aí em Uruguaiana, semanas atrás, lembrei dessas pescarias, mas a realidade tem mostrado que já não se pesca como antes no velho Uruguai. Torço para que as autoridades consigam devolver o rio despoluído, para a população da cidade viver as mesmas alegrias que tive em minha infância.
Ao Cacaréu e à ilha Argentina ou ilha das Cobras fui muito pouco, mas fui. O Cacaréu ficava nos fundos dos Fuzileiros e eu ia passar os fins de semana, para pescar e caçar preás de funda. Por lá, os tipos de peixes eram o dourado e a piava pois era lugar de correnteza muito forte. Na ilha das Cobras o pai não nos levava muito, pois como tinham muitas cobras era perigoso.
O lugar mais mágico de todos sem dúvida nenhuma era o Itapitocaí, afluente do Uruguai cujo nome do vem do Guarani e quer dizer rio das pedras pequenas. Lembro que quando íamos para lá era uma festa familiar, a mãe e minhas irmãs preparavam lanches, água e sucos para passarmos o domingo. O Itapitocaí lembrava muito uma sanga, e com a mata muito fechada nós andávamos quilômetros para achar os melhores locais de pescaria. Por lá também pegávamos dourado e piava.
Durante muito tempo garanti o peixe da semana lá em casa, sempre que vinha do Uruguai. Lembro de passar a comprar peixe só quando vim para Canoas, pois até então o peixe consumido pela minha família era pescado por mim ou pelo meu irmão Ubirajara.
Mas nem sempre era fartura, pois tinham as palometas. Peixe muito comum nas barragens e rios da região, a palometa é uma prima da piranha. Talvez tão feroz quanto ela, esse bichinho era brabo, quando resolvia atrapalhar uma pescaria era melhor desistir pois só vinha isso no caniço. Dizem que hoje elas tomaram conta do Uruguai, pois com a quase extinção do dourado, seu maior predador, elas estão cada vez mais dominantes na região. Ouvi falar de iniciativas para conter o avanço das mesmas, mas parece que não têm surtido efeito.
Quando estive aí em Uruguaiana, semanas atrás, lembrei dessas pescarias, mas a realidade tem mostrado que já não se pesca como antes no velho Uruguai. Torço para que as autoridades consigam devolver o rio despoluído, para a população da cidade viver as mesmas alegrias que tive em minha infância.
Artigo Publicado Jornal Tribuna - Uruguaiana - RS