segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

“O Chibo”


Por Marco Leite

Pois em minha infância em Uruguaiana, durante muito tempo, fui “chibeiro”. Não daquele tipo tradicional, que trazia as coisas a cavalo ou puxadas por chalana. A história do chibo, esse “cabrito”, em castelhano, confundesse com o gaúcho da fronteira, principalmente de Uruguaiana. O chibo foi muito usado no contrabando do charque, e um dos motivadores das Guerras dos Farrapos e do Paraguai. Mas não é da história do Rio Grande do Sul que eu estou aqui para falar e sim de minha infância e das estripolias que eu e meus amigos fazíamos nas barrancas do Uruguai, lá pelos anos 70, tempo em que o Brasil foi tricampeão mundial. O nosso chibo era diferenciado e tinha um espírito aventureiro de fazer inveja a muitos chibeiros experimentados. Criei-me tendo uma família de chibeiros como vizinhos, todos filhos de um correntino com uma uruguaianense. Não lembro os nomes deles mas os apelidos sim, eram Balalo, Rengo e Chucha. Esses três, junto com o Bira, meu irmão mais velho e eu formávamos a quadrilha de chibeiros das barrancas do Uruguai. Lembro como se fosse hoje, quando alguém da casa vizinha gritava: “o fulano trouxe um chibo de Libres”, e nós nos reuníamos e nos preparávamos. O chibo passado por nós era bem interessante. Nos dirigíamos ao rio Uruguai, munidos de corda, câmeras de pneus de caminhões e muita coragem para enfrentar as correntezas do rio perigoso e que assustava mesmo. Mas nós, excelentes nadadores, não nos assustávamos com nada e era a mais pura diversão e aventura. Os chibeiros vizinhos passavam a mercadoria pela aduana Argentina, onde a fiscalização era mais “amiga”, e não conseguiam passar ao lado do Brasil. Então, a solução era se “livrar” do chibo no meio da ponte internacional e é ai que nós entrávamos. Ficávamos esperando de baixo da ponte e, por meio de cordas, recebíamos as mercadorias. Amarrávamos tudo nas “bóias”, devidamente envoltos em sacos plásticos para não molhar. Depois era “braciar” até a margem do lado brasileiro e comemorar mais uma aventura perigosa vencida. O “chibo” passado por nós era somente de produtos alimentícios: farinha, óleo, feijão, arroz, entre outras coisas. Garantíamos o sustento daquela família necessitada e que vivia essencialmente desse tipo de atividade. Naquela época quase não haviam roubos e assaltos em Uruguaiana, e o maior crime era exatamente este passar mercadorias e driblar a fiscalização com o “chibo”. Não sei como é que funciona hoje, pois estou distante. Mas se a evolução do ilícito chegou por essas bandas o “chibo” passou ser tráfico de drogas que, em nossa época, já existia com o “lança”, como era chamado um aérosol altamente intoxicante, muito usado nas festas de Carnaval tanto em Uruguaiana, como nas praias e na capital do RS.


Artigo Jornal A Tribuna - Uruguaiana - RS

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

IMPOTÊNCIAS


Fernando – Osório - RS

Na minha concepção, os Passos não são estáticos, e sim dinâmicos. Minha compreensão sobre eles evolui e se modifica juntamente com minha própria recuperação. E o Primeiro Passo se enquadra nesse contexto, na minha opinião, o único fator imutável neste passo é a "...impotência ao álcool e a outras drogas".


No início da minha recuperação, no Primeiro Passo, eu entendia que eu era apenas impotente ao uso de substâncias que alterassem meu humor. Num segundo momento percebi que minhas impotências iam além disso... eu era impotente não só ao uso de drogas, mas também a sua simples proximidade, impotente ao manuseio de dinheiro, a festas noturnas, a emoções e sentimentos como autopiedade, euforia, stress, irritação. Com o lento e gradual amadurecimento da minha vida em abstinência, algumas dessas impotências perderam força em sua influência sobre minhas atitudes. Outras se afirmaram como reais "áreas de risco", me mostrando que mesmo com o passar do tempo ainda têm um grande poder de persuasão sobre meu comportamento em relação ao uso de drogas. Por isso destaco a importância de um verdadeiro e sincero autoconhecimento para a busca de um sólido caminho rumo à sobriedade.


O manuseio de dinheiro nos meus primeiros tempos abstêmio era um verdadeiro "calcanhar de Aquiles" para mim. Ao ver as notas de dinheiro, minha mente as convertia automaticamente na quantia de droga equivalente. Sendo assim, eu evitava ao máximo o contato com cifras mais razoáveis, pois sentia claramente que seria “perigoso.com”. Com o passar do tempo, surgiram situações imprevistas em que tive que enfrentar essa impotência e notei que sua força sobre mim já não era a mesma. Hoje, lido com o dinheiro com mais naturalidade, embora procure me proteger sempre que possível. Agora vejo que essa era uma impotência mais ligada à época em que a "ferida estava mais aberta" e que apenas coloquei-a no plano dos "evites". Porém essa situação pode se alterar novamente, dependendo do meu comprometimento com minha recuperação. Já as situações emocionais, como stress, autopiedade, irritação, citadas anteriormente, realmente continuam se apresentando como verdadeiras impotências que significam risco para uma possível recaída... Não me "dou ao luxo" de permitir que esses sentimentos se desenvolvam dentro de mim, pois vejo que são "campo minado", e me esforço pra detectá-los o mais precocemente possível e amenizá-los com a ajuda de companheiros, partilhas, grupos etc...


Dei esses dois simples exemplos para mostrar como é "VIVO" o processo de recuperação e, por isso, é tão fascinante... Para finalizar, gostaria de salientar que, na minha opinião, devemos estar sempre alertas, e principalmente, nos primeiros tempos de abstinência devemos nos proteger ao máximo em todas as direções, e cuidar para não cairmos na tentação de compararmos nossa recuperação com a de outros para justificar nossas atitudes, como por exemplo: "...fulano de tal vive em baladas e continua firme em abstinência, então eu também posso". Entendo como perigoso esse tipo de pensamento. Vejo que tenho que, primeiramente, desenvolver um autoconhecimento sincero para observar bem quais minhas verdadeiras e atuais áreas propensas ao risco de recaída. E isso só o tempo e a evolução nesse processo pode nos proporcionar. Um abraço e muitas 24 horas a todos.

Vejam o vídeo do Padre Haroldo na Fazenda Renascer

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Se não recai.. por quê voltei?

Entardecer na Fazenda Renascer

Marco Leite


Passei uma semana como residente da Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer, sem mordomias, fazendo todo o trabalho e seguindo a disciplina rígida de horários e tarefas que nos são sugeridas durante o período em que se permanece por lá.


Mas voltei... por quê? Se não recaí...


... voltei para me proteger principalmente da festas de fim de ano, o Natal e o Ano Novo, e também para renovar minhas energias de recuperação. Manter viva a chama de recuperação para mim é fundamental, pois se não reconhecer que sou um doente e estou em recuperação posso cair novamente. Não é isso que quero e nem minha família, que apostou e continua apostando em minha nova forma de encarar a vida. Neste período de residência vi como a rotina na rua te leva a relaxar na recuperação. É muito fácil eu me esquecer, por exemplo, das reuniões de metas, um exercício praticado na Fazenda, nas quais o residente recebe uma meta e tem que praticar, e depois de sete dias é avaliado por seus companheiros.

As metas são as seguintes:

Espiritualidade – Aceitar, ajudar e respeitar os outros como eles são, não guardar rancor, buscar um Poder Superior.
Comportamento – Mudar o comportamento de ativa. (Modo de agir)
Aceitação – Aceitar a mim mesmo e aos outros. Aceitar que preciso de ajuda.
Partilha – Partilhar dificuldades e alegrias sobre a programação.
Boa Vontade – Fazer as coisas bem feitas, com vontade. Estar sempre pronto para ajudar (3º Passo).
Disciplina – Ter horários, respeito, educação, postura e determinação.
Mente Aberta – Aceitar sugestões, absorver dificuldades e tirar para crescimento (2º Passo).
Adaptação – Adaptar-se aos horários, normas, grupo, etc.
Perseverança – Perseverar no cumprimento do programa.
Interiorização – Conhecer a si mesmo, buscar autoconhecimento.
Busca do programa – Ser participativo em reuniões e espiritualidade, buscar ajudar os outros. Buscar literaturas e sugar o máximo de informações possíveis.
Paciência – Não agir por impulsão, agir sem ansiedade, sem pressa. Buscar compreender e entender.

Humildade – Quebrar o orgulho. Ser o que realmente é, sem máscaras.
Seriedade – Ficar sério nos momentos certos. Levar o programa a sério.
Serenidade – Tranqüilo, calmo, pensar antes de agir, aceitar.

Auto-Estima – Gostar de si. Higiene, roupas. Sentir-se bem, valorizar-se.

Honestidade – Assumir suas responsabilidades. Não mentir, nem enganar. Cumprir a palavra, sem máscaras nem falsidade (1º Passo).

Auto-Vigia – Não se descuidar no tratamento, horários, objetos, normas (1º Passo) . Vigiar-se nos relacionamentos.

Cooperação – Estar sempre pronto a ajudar. Cuidar para não sujar ou atrapalhar o serviço dos outros.


Não tive a oportunidade de participar de uma dessas reuniões de mútua-ajuda, pois era um período de festas e a rotina era mais de trabalho e de muita espiritualidade.
Mas o que mais procurei praticar na comunidade, em meu retorno, foram principalmente duas coisas, Disciplina e Espiritualidade. Pude perceber como a rotina na rua te faz perder a disciplina que é ensinada na Fazenda, e eu achava que estava fazendo tudo certo na rua. Que nada!!! Fui pego em várias falhas nesse quesito, tipo: esquecer roupas, chinelos, falar em horários impróprios, entre outras coisas.

Quanto à espiritualidade, sempre pratico aquela convencional, que é ler coisas relativas ao assunto e mandar e-mails para ex-residentes. Mas todos sabemos que espiritualidade é muito mais que isso. Espiritualidade é estar bem consigo mesmo e isso se reflete nos relacionamentos. É servir sem querer recompensas. Tarefa difícil esta, mas me saí bem!
Fui quebrando aos poucos a desconfiança dos residentes que me achavam um olheiro da direção da entidade ou que eu estava pagando uma de “curado”, e comecei a me relacionar muito bem com todos. Perguntado pelo professor de Tai Chi Chuan, Mestre Adriano, o que fazia por lá?, respondi:

Porque estou feliz, e um coração feliz fica e se sente bem em qualquer lugar!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Castelo nas nuvens

Padre Haroldo na Renascer

Marco Leite

Interessante o processo que um dependente de álcool e drogas passa. São diversas etapas e eu, não ao contrário dos outros, também passo. Durante minha vida de falsos prazeres fui construindo meu castelo no ar e sem qualquer alicerce. Na primeira etapa de minha recuperação tive que aprender a dinâmica da engenharia das edificações para colocar um alicerce forte nesse castelo. Foi uma etapa dolorosa, pois eu insistia na velha ilusão que o castelo nunca iria desmoronar, e ele acabou ruindo. Reconstituir o que sobrou e colocar nisso um alicerce é muito mais difícil do que simplesmente construir e, para mim, um dependente, muito mais ainda, pois a droga deixa o cara preguiçoso e sem vontade de lutar, afinal a “fuga” é muito mais fácil. Fiz esse comentário acima pois tive uma semana difícil onde não consegui viver o só por hoje, pensei em resolver as coisas futuras e fui contagiado por uma ansiedade que não havia vivenciado desde que comecei a minha recuperação. Me senti impotente a lutar contra isso, fiquei louco, mas tive sempre a certeza de que, qualquer que fosse a situação, não poderia fazer uso de substâncias que alterassem o meu comportamento (inclusive remédios). Tinha certeza de que naquele dia 13 de maio de 2007 quando completei meu programa na Renascer, não era mais um escravo (adicto). Tenho uma doença, mas controlo com as ferramentas que me foram dadas pelos doze passos de AA. Usei todas essas ferramentas na semana que passou..., pois em minha cabeça doente comecei a criar problemas e situações do nada, não entendi o que era. Mas sabia que de forma alguma podia me deixar dominar por esse momento. Fui aos grupos e botei para fora, falei com minha filha que não estava bem e pedi que sempre que eu saísse ela fosse junto. Foi a primeira vez que senti realmente que algo de errado estava acontecendo. Não sei dizer o que é, mas com certeza não era uma coisa boa e lutei contra isso. Lutei mesmo!!! E estou melhorando de novo, reagindo, botei novamente a obra do alicerce de meu castelo em primeiro lugar, já que não construí este castelo em uma rocha sólida tenho que estar sempre “em obra” para mantê-lo em pé. Estive conversando com os diretores da comunidade onde passei e é exatamente isso que eles me alertaram: os problemas, as dúvidas, a ansiedade e a impaciência sempre vão existir... Eu é que tenho que estar sempre vigilante para identificar e lutar contra isso, sempre contando com a ajuda de Deus, afinal Ele é o Grande Edificador. Sou uma pessoa privilegiada, pois tive a oportunidade que muitos não quiseram ou não tiveram tempo de ter, que é a de viver feliz com o simples fato de estar respirando nesse instante. Pois, como diz o Padre Haroldo, devemos viver a vida só por esse segundo... ih passou... vamos ao próximo segundo então!!! Como posso duvidar de um homem que no alto de seus noventa anos plantou uma “bananeira” e ficou brincando com as pernas para cima, deixando todos os residentes e convidados estupefados durante sua visita a Renascer!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Belo exemplo de Primeiro Passo

Material postado por Marília Teixeira Martins.
Psicóloga que atua em Minas Gerais, Belo Horizonte, e é autora do Livro Universo Adicto
Marília é amiga do grupo Gratidão e seu e-mail é:

psi.mtm@terra.com.br

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Artigo Jornal A Tribuna - Uruguaiana - RS


Saudade das doenças


por Marco Leite

A modernidade de hoje nos tirou algumas coisas que curtíamos quando éramos crianças. Lembro de me criar sem medos, enfrentava qualquer coisa e desafios nas barrancas do Rio Uruguai. Não tinha medo de enxurrada, chuva forte ou enchente.

Lembro que uma das poucas coisas que me metia realmente medo era ferrão de mandinho (espécie de pequeno peixe, muito comum no rio Uruguai).

Enfim, me criei atrevido e faceiro como nunca, quase não ficava doente, estava sempre ativo e, portanto, vendia saúde. O mesmo acontecia com meu irmão e irmãs.

O trabalho de minha mãe era mesmo nos segurar nas travessuras, tipo: nadar no rio perigoso, subir nos salso chorões para pegar cigarra, pegar cascudo nas barrancas, descarrilar trens, jogar bola em terrenos com muitas pedras e barro, deitar nas beiras de ruas para a água da chuva forte passar por cima e, pasmem, até terra nós comíamos. Vivia todo estropiado e esfolado, tenho várias marcas de fraturas e cortes que até hoje me fazem lembrar das “grandes aventuras” de minha infância em Uruguaiana.

Mas uma coisa era bem legal e as modernidades das vacinas nos tiraram, quase não se vê mais crianças com catapora, sarampo ou caxumba.

Nos meus tempos de guri lá pela Ilha do Marduque isso era comum e sinônimo de que a gente estava crescendo. Lembro até hoje dos comentários: “o fulano está com caxumba”, “o ciclano está com sarampo”, “tadinho dele está com catapora...”

Eram doenças que faziam parte de nossa história, ficávamos em casa e não íamos a escola, nossa mãe nos tratava com o maior carinho e também era dura em alguns casos, como o do sarampo e da catapora para nós não nos coçarmos e deixarmos marcas da doença.

Era tempo de muito carinho, comidinha da melhor e de não deixar ninguém se aproximar. Lembro de minha, mãe Dona Ione, falando: “sai daí guri ou guria que teu irmão está doente e tu pode pegar”.

Agora não se vê mais isso ou se vê muito pouco. Para nós, que enfrentávamos um inverno de renguear cusco e quase não ficávamos doentes, era uma diversão adoecer, pois isso era “gazear” as aulas e ficar descansando uma semana em casa.

São novos tempos em que os bichos nascem e vão a veterinários e são sensíveis as doenças, talvez mais para alegrar o comércio que vive desse tipo de atividade.

No meu tempo, não éramos só nós que resistíamos às doenças, os bichos de estimação nunca conheceram um veterinário e não ficavam doentes, o máximo que pegavam era sarna e nós curávamos com óleo queimado, passava alguns dias e o bicho já estava pronta para outra. Veterinário para nós era sinônimo de cuidar da criação de gado das grandes cabanhas de Uruguaiana.

Por hoje era isso e desculpem a minha ausência. Podemos dizer que fiquei preguiçoso e peguei uma dessas doenças modernas que me deixou de cama por alguns dias.

Abraços

domingo, 4 de janeiro de 2009

Passo do Mês - Primeiro Passo

Eu o Padre Haroldo J. Hanh, criador das Comunidades Terapêuticas no Brasil e que trouxe o Amor Exigente para nosso país, durante visita na Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer, em Novo Hamburgo - RS


“Admitimos que éramos impotentes, perante o álcool e as drogas e que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”

por Márcio Fuelber


Admitir a derrota completa perante as drogas e a incapacidade de gerir nossas vidas.Eis o grande desafio do Primeiro Passo.O Primeiro Passo não requer ação e sim aceitação.“A aceitação libera o aceitante das cadeias da auto-piedade”.Quem se dispõe a aceitar a derrota completa ?Certamente não o adicto que no seu orgulho auto-sufiência arrogância e prepotência ainda acredita que é o centro do mundo e pode fazer o papel de Deus.O passo funciona quando entendemos e aceitamos que não somos apenas “usuários”mas nos tornamos pessoas “dependentes” das substâncias.Muitas vezes até admitimos impotência perante o álcool e as drogas que é a primeira parte do passo, porém relutamos em aceitar a perda do domínio sobre nossas vidas.Infelizmente a sugestão do passo deve abranger sua totalidade de proposta ou não estaremos prontos a iniciar a caminhada de recuperação.Quem não admite que além de impotente perante as substâncias perdeu o domínio sobre a vida não conseguirá vir a acreditar em um Poder Superior e entregar a vida e a vontade a este Poder Superior, ou seja não conseguirá dar seqüência ao programa de recuperação.

Se apenas admitirmos a primeira parte do passo talvez até consigamos permanecer em abstinência o que não é de todo ruim porém teremos sérias dificuldades em mantermos essa abstinência e provavelmente retornaremos ao uso mais cedo ou mais tarde.Podemos aproveitar a ocasião de refletir sobre a proposta do Passo e irmos além fato que só nos ajudará no restante da caminhada e aceitar outras impotências além de uso abusivo de substâncias que nos prejudicam.Muitos de nós descobriram e aceitaram a impotência também diante de lugares pessoas sentimentos hábitos horários ambientesemoções e etc . . .Somente aceitar o Primeiro Passo em sua totalidade pode habilitar-nos a seguir nesse “programa espiritual de cura”.Ao aceitarmos totalmente o passo estaremos aptos a acreditar, entregar, conhecer-se por inteiro, confiar, desejar mudança, ser humilde para mudar, reparar danos causados a terceiros e mantermo-nos firmes e confiantes em um amanhã mais digno como seres humanos.Apenas com a admissão de impotência perante o álcool e as drogas, sem reconhecer a perda do domínio da vida, estaremos nos limitando a talvez permanecer em abstinência, sofrendo diretamente o fato de recusarmos a oportunidade de trabalhar nossos defeitos conforme a vontade de Deus.Então companheiros? Que tal darmos esse Primeiro Passo em direção a um magnífico despertar espiritual que nos aguarda no programa, ganhando de lambuja a dádiva Divina de deter o avanço de nossa doença chamada Dependência Química ?
Que o Poder Superior de cada um de nós continue grande em misericórdia e nos ilumine para que façamos a nossa partecomeçando por aceitar a totalidade desse Primeiro Passo.
Um abraço e mais vinte e quatro horas, só por hoje.